terça-feira, 11 de abril de 2017

Professor(a) ou Tio(a)??

      Paulo Freire em seu livro Professora Sim, Tia Não! Cartas a Quem Ousa Ensinar, propõe aos leitores uma nova compreensão do significado dessas duas funções: professora e tia, além de orientar os docentes sobre a importância do seu papel e valorização das suas funções. 
       Segundo Freire é preciso ser ousado para se fazer educador, pois se torna responsável pela formação profissional e pessoal de cada discente, questionando então, o porquê da desvalorização do cargo através do termo ''tia(o)'' usado de forma inadequada, mas indicando que um dos fatores seria o salário tão menosprezado da classe, além da visão atual sobre a educação como aspecto quantitativo e não qualitativo. 
          Após a introdução, Paulo Freire escreve dez cartas ao longo do livro, dedicando-as aos mediadores da aprendizagem. A primeira “Ensinar - Aprender Leitura do Mundo - Leitura da Palavra” começa com ele afirmando que não é suficiente somente o domínio dos conteúdos, mas principalmente o conhecimento de mundo para ser um bom professor, a segunda “Não Deixe que o Medo do Difícil Paralise Você” traz o temor como um incentivador e não inibidor de conquistas, a terceira “Vim Fazer o Curso de Magistério Porque Não Tive Outra Possibilidade”, ressalta que o professor precisa ter convicção da sua escolha reconhecendo a importância do seu ofício, a quarta “Das Qualidades Indispensáveis ao Melhor Desempenho de Professoras e Professores Progressistas” aborda as características que os educadores devem ter como a humildade, o carisma, a responsabilidade.
         Seguindo, na quinta carta “Primeiro Dia de Aula” aborda as primeiras experiências prováveis do docente diante das tarefas, como insegurança e timidez, a sexta “Relações Entre a Educadora e os Educandos” fala sobre autoridade, liberdade, identidade e respeito, a sétima “Falar ao Educando e Com Ele; de Ouvir o Educando e Ser Ouvido Por Ele” retrata a importância de se ouvir ambos os lados, na oitava “Identidade Cultural e Educação” explica que devemos reverenciar, aceitar e respeitar a cultura do outro, a nona “Contexto Concreto - Contexto Teórico” salienta a reflexão crítica e a necessidade de enredar o contexto no cotidiano e por fim a décima, traz a disciplina como base para o aprendizado. 
          Através desse livro, Freire nos dedica a possibilidade de repensar sobre práticas de ensino, enfatizando que nossa conduta como educadores reflete muito nas escolhas e vitórias dos discentes e o quanto essa profissão precisa ser tratada com seriedade pela sociedade e principalmente por quem atua na área, desfazendo a imagem de “tios” e acentuando os professores mediadores de aprendizado que somos.




2 comentários:

  1. Exatamente! Em toda nossa discussão e problematização, Freire nos indica, conforme você destacou:

    "Freire nos dedica a possibilidade de repensar sobre práticas de ensino, enfatizando que nossa conduta como educadores reflete muito nas escolhas e vitórias dos discentes e o quanto essa profissão precisa ser tratada com seriedade pela sociedade e principalmente por quem atua na área, desfazendo a imagem de “tios” e acentuando os professores mediadores de aprendizado que somos."

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  2. Sensacional Suzana! Neste contexto dialético é evidenciada a importância do Professor como peça fundamental para a mediação, articulação, socialização e sistematização dos conhecimentos.
    Torna-se necessário que este novo professor que ora surge possa enfatizar práticas para assim "quebrar"a imagem de "tio(a)" dentro de sala de aula.

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